Sunday, January 04, 2009

Valsa

Ari Folman disse, em entrevista ao Ípsilon, que não percebia porque é que lhe perguntavam porque é que "Valsa com Bashir" é um filme de animação. Folman tem razão. O massacre de Sabra e Chatila, para o realizador, é um não acontecimento, como aliás todo o seu serviço militar. Apagou-o da memória. Evitou o contacto com quem tinha estado naquele "teatro de guerra". Instinto de sobrevivência. Não seguiu a cartilha da Psicologia que diz que devemos falar de um acontecimento traumático até à exaustão (apesar de já haver teorias em contrário), para o ultrapassar. Se o filme fosse em imagens "reais", com os seus companheiros de estrada que lhe transmitiram os elos com que foi tecendo as suas memórias, esse efeito de "não acontecimento" na memória dele não seria tão vincado. As imagens reais ficam para o fim: o sofrimento dos palestinianos que sobreviveram ao massacre. Faz sentido.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

A este propósito recomendo que revejas o Câmara Clara de 21 de Dezembro de 2008 sobre solidariedade e culpa (separador vídeo de http://ww1.rtp.pt/doistv/programas/camaraclara/index.php).

10:41 AM  

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