Tuesday, September 25, 2012

Errar é humano

Há uns anos, na véspera das eleições Americanas de 2004, um colunista da Spectator (não me lembro do nome, mas tenho pena) disse que se demitia se o Bush perdesse as eleições. Na altura a vitória do Kerry parecia plausível (lembro-me de uma jornalista do NYT, que não se demitiu, na noite das eleições, em directo na BBC World, dizer que um turnout tão elevado só podia significar uma vitória do Kerry). Mas o homem disse que queria ser responsabilizado por uma previsão, se errasse. Isto para dizer que gostava muito que, os colunistas e os economistas pró-austeridade, pró-troika, pró-Alemanha, tivessem, pelo menos, a humildade de reconhecer o erro. O programa falhou, como muita gente previu. Mas eles continuam, agora um bocado patéticos, a dizer que não há alternativa.

Sunday, September 02, 2012

Serviço Público

Mário Laginha, hoje no Expresso, de uma forma involuntária, utilizou o melhor argumento em defesa do Serviço Público de Televisão. Contou ele que, após ver um concerto do Keith Jarret na televisão, teve uma epifania.
A RTP 1 é horrível e a 2 é muito fraca. Os dois canais podiam encerrar amanhã, sem provocar o menor tumulto social. No cabo há canais como o ARTE e o Mezzo que são exemplos de serviço público. Mas a RTP, não. A RTP é uma das maiores difusoras do nacional foleirismo. Dito isto, a história da concessão, não faz sentido. Porque é que os contribuintes portugueses iam dar a uns amigos do PSD 140M, para gerir um canal de televisão?
O que a RTP precisa é de uma tesourada sem precedentes. O fim da informação, o fim do canal 1,  e um canal 2 que se dedique ao Keith Jarret. Pode haver um miúdo, que num zapping preguiçoso, em Pedrogão Grande, passe um dia os olhos por um filme do Buñuel, às 9h da noite, e mude de vida.

Regresso?

O browser, do computador onde escrevo, nem sequer tinha o endereço deste blog no histórico. Com o Twitter, que apaguei num momento de lucidez, e com o facebook, onde, de vez em quando, escrevo umas reflexões minúsculas, fui perdendo o hábito de aqui escrever. Não se pode dizer que atravessamos tempos de bonheur, que passam sem deixar registo. Bem pelo contrário. Talvez seja isso mesmo: mais uma consequência da "fadiga do ajustamento". Pode ser que volte. Tenho saudades. Como já aqui escrevi, ter um blog, neste caso pelo menos, é como escrever para a gaveta. Sinto falta disso; escrever reflexões avulsas, muitas sem sentido, que ninguém vai ler.