Thursday, February 26, 2009

O Português na Casa Branca

Twitter

Sei que o assunto já passou, mas aquela pequena história da conta do Twitter do deputado do PSD (não me lembro do nome do rapaz) que foi corrompida, durante o Prós e Contras (apresentado pela pior jornalista da tv portuguesa) é, obviamente, treta. Já agora, para que o rapaz não fique muito mal visto, sempre posso dizer que a expressão "falta-lhe homem" é muito utilizada em conversas estritamente masculinas, ainda que a expressão adquira nuances mais sofisticadas quando os interlocutores são -Hélas!- mais sofisticados.

Facebook

Descobri este feriado que tenho muitos amigos no facebook. Curiosamente tinha lido, no dia anterior, um texto do Lev Grossman na Time sobre esse fenómeno. O facebook, que começou por ser uma coisa para miúdos, é agora ocupado por rapaziada que está a chegar à meia-idade, ou que já lá está. Vi vários profiles, e fiquei sem perceber muito bem o que é que eles andam lá a fazer, mas como estou bem dentro do demographics, acho que vou abrir lá um estabelecimento.

Monday, February 16, 2009

Domingo na Lezíria

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Saturday, February 14, 2009

Conselho de Estado

Dias Loureiro já tinha sido apanhado a mentir. Mas, na altura, era a palavra dele contra a do funcionário do Banco de Portugal. Claro que qualquer pessoa razoável percebeu quem é que estava a falar verdade. Mas agora, segundo o Expresso, foi mesmo apanhado, por assim dizer, em flagrante. Está na altura de Cavaco Silva retirar a confiança politica a este herói do nosso tempo.

Realidade

No último trimestre de 2008, segundo dados do INE, a economia portuguesa caiu 2%. Ultrapassa as piores previsões da OCDE, mas está em linha com as da Economist Intelligence Unit, que previu uma queda do PIB português para 2009, precisamente de 2%. A estagnação, que não era queda, a resistência superior da economia portuguesa à crise, são mitos que ficaram hoje enterrados pela realidade.

Confirmado

A mini-saia está de regresso. 2009 não podia trazer só más notícias.

Thursday, February 12, 2009

Grave

Os franceses passaram a almoçar sandes. Para quem duvidava da seriedade desta crise, aqui está o indicador que faltava.

Regresso

O racismo está de volta. Regressou com vários nomes: anti-semitismo, proteccionismo, nacionalismo. Vai ser preciso um enorme sentido de estado, para que os lideres ocidentais não se deixem contaminar pelo estado de alma que já premeia as nossas sociedades. A politica não dispensa uma certa dose de demagogia, mas espero que ninguém se entretenha a brincar com este fogo.

Wednesday, February 11, 2009

Expresso

O Expresso já gostou de cinema. Ainda tenho cá em casa o "livro", que fui coleccionando por fascículos todas as semanas, com a História do Cinema. Agora são duas páginas pindéricas, sem o quadro das estrelas, com o filme da vida de uma figura pública (muito interessante). A desconsideração suprema? Na última edição, os filmes tiveram que partilhar o espaço com o Luís Represas.

Casamento

Sou, como é óbvio, a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Também sou a favor da adopção. O problema da proposta do PS é que foi feita, exclusivamente, com base num cálculo político. Sócrates percebeu que as eleições se vão decidir à esquerda e decidiu atirar umas migalhas fracturantes. É tudo plástico sem convicção, só para agradar a gregos e troianos. Aqui fica uma previsão: não vai resultar.

Tuesday, February 10, 2009

Default

Há uma semana um artigo do NY Times incluía Portugal num grupo de países da zona Euro que podiam entrar em default. Na edição desta semana a The Economist volta ao assunto, considerando a hipótese de um dos fabulosos cinco (Grécia, Itália, Irlanda, Espanha e Portugal), entrar em colapso como provável. As regras, como a Economist explica, da moeda única impedem um bail-out da União Europeia, bem como de outros países. Mas como as maiores economias, principalmente a Alemanha, seriam as mais afectadas se ocorrese o pior cenário, é altura da zona Euro pensar num esquema como o dos pacotes de salvamento do FMI (ainda a Economist). As boas notícias, para Portugal? A ocorrer um esquema que impedisse a nossa economia de entrar em ruptura, teríamos que ter monitorização intrusiva por parte da UE, no controle dos nossos orçamentos. Quem sabe, se até um ministro das Finanças escolhido por Bruxelas. Talvez isto fosse ao lugar.

It was a landscape of unexpected benevolence

Para Adultos

Quando a Islândia entrou em bancarrota, o primeiro-ministro disse aos seus habitantes que era altura de se dedicarem à caça e à pesca, porque a Islândia é um país com muitos recursos naturais. O primeiro-ministro Irlandês avisou os seus conterrâneos que o nível de vida na Irlanda vai descer entre 10 a 12%, nos próximos dois ou três anos. Não são boas notícias, mas ter governantes que tratam os seus eleitores como adultos é uma preciosidade, que deve ser estimada.

Monday, February 09, 2009

Israel

Tudo indica que o partido de extrema direita israelita vai ter uma votação significativa nas eleições. Se o resultado se confirmar, é a prova de que os países, como as pessoas, também podem regredir psicologicamente. Israel ainda é uma democracia, mas a desumanização do outro, a negação da realidade, fazem parte do programa politico de um partido que pode vir a fazer parte do Governo. Num país que tem tantos descendentes do Holocausto, não há bem como encontrar uma palavra para descrever este paradoxo.

Saturday, February 07, 2009

Grátis

A imprensa escrita tem que arranjar forma de escapar à armadilha do gratuito. Nunca se leram tantos jornais e se venderam tão poucos como agora. Basta ler os comentários do Público.pt, para perceber que aqueles não são os leitores do jornal em papel. Tudo começou a meio dos anos 90, quando os jornais, que não queriam parecer desactualizados, colocaram edições on-line gratuitas da versão em papel. Agora estão numa encruzilhada. O conteúdo não pode continuar a ser gratuito, mas se começam a cobrar os leitores escapam para outras paragens. É um Catch-22, ou em bom português, uma pescadinha de rabo na boca. A questão não é saber se a edição em papel sobrevive ou não. Esta questão já é irrelevante. Eu leio o NY Times, todos os dias, no telefone. A questão principal é como é que um jornal pode viver dependente só da publicidade. Não é só a viabilidade económica que está em causa. É a independência. Num excelente artigo, que li na Time on-line, Walter Isaacson, enumera as 3 fontes de receita de um jornal: vendas na banca, assinaturas e publicidade. O modelo da net só considera a última. Isaacson cita Henry Luce, um dos co-fundadores da Time, em que considerava a fórmula apoiada só na publicidade "morally abhorent", porque a publicação tem um dever com os seus leitores e não com os anunciantes, e "econmically self-defeating", porque o laço com os leitores vai, inevitavelmente, enfraquecer se não precisarem deles para a obtenção de receitas. Por isso, numa altura em que o modelo do jornal gratuito parece estar a claudicar (felizmente), chegou a altura de ir contra-corrente e começar a cobrar pelos conteúdos. Isaacson fala em 10$ por mês para a edição completa ou poucos cêntimos para artigos ocasionais. O modelo de pagamento teria que ser algo tão simples como o utilizado pelo i-tunes.
Chris Anderson, editor da Wired, escreveu um longo artigo o ano passado, em que defendia o modelo gratuito, para quase todos os ramos de negócio. Mas já mudámos de época. O ano passado ainda estávamos no tempo do dinheiro a brincar. Agora vamos ter que voltar a pagar por aquilo que queremos obter, sejam notícias ou passagens de avião. O "Grátis" acabou. Ainda bem.

Crise

Acabei de ver o American Graffiti. Vê-los ali tão novos, o Richard Dreyfuss, o Ron Howard, o Charles Martin Smith, o Harrison Ford; um homem põe-se a pensar na vida. Devo estar a começar a minha crise de meia idade.

Friday, February 06, 2009

Papa

Bento XVI não pode reabilitar um bispo que nega o Holocausto, mesmo que o senhor Williamson peça desculpa, como o Papa exigiu. Como escreveu hoje Vasco Pulido Valente, vai diminuir irremediavelmente o seu pontificado. A História não vai recordar um Papa intelectual, que tentou que a Igreja Católica fizesse as pazes com a ciência e a reflexão intelectual. Vai recordá-lo como o homem que reabilitou um bispo que negou a maior tragédia do sec. XX.

Thursday, February 05, 2009

Credibilidade

António Costa contou hoje, na quadratura do circulo, que uma amiga lhe tinha dito que ninguém pode ser tão mau, referindo-se a Sócrates e ao caso Freeport,. Ora, como disse Pacheco Pereira, o problema de Sócrates é precisamente o oposto. Não sei se o homem foi subornado, ou se facilitou o suborno (espero bem que não), mas de Sócrates, para quem vir estas coisas da politica de uma forma desapaixonada, esperamos sempre uma história mal contada, confusa, com epilogo incerto.

Wednesday, February 04, 2009

Almoço

Grandes novidades, para os dois leitores deste blog. Agora, ocasionalmente, vou tentar escrever um post à hora de almoço. Peço-vos alguma tolerância para ideias mal estruturadas, erros tipográficos, ausência de acentos ou virgulas. É que, estas reflexões profundas do meio-dia, vão ser escritas no telemóvel.

Mau Tempo

A minha cadela pediu para ligar o aquecedor.

Lunch Post

Todos os estímulos preparados até agora apostam numa recuperação do consumo, no curto prazo. Inclusive os pacotes desenhados pela administração Obama. Em artigo, já citado neste blog, o Ny times perguntava que tipo de economia é que vai ser definida a partir de agora. A aposta parece ser na fé que a nossa tendência para o consumo se vai manter, assim que tudo regresse a uma normalidade aceitável. É um pressuposto errado. O pior desta crise, o que a torna tão avassaladora, é a mudança de comportamento. O paradigma passou a ser a parcimónia. O bom senso. O regresso às coisas simples, ou como escreveu Miguel Gaspar no Público, talvez se assista a um regresso das relações pessoais e da cultura (não é preciso sacar da pistola). Parece uma perspectiva feliz. O pior vai ser o ajuste, que vai destruir o tecido social estabelecido. Só nos resta aguardar e ver.