Sunday, January 13, 2008

Conspiração

Parece que o PSD anda muito conspirativo. Fazem bem. Luís Filipe Menezes é um pateta. O problema é a lista de conspiradores que, assim à primeira vista, é assustadora. Alguém, no seu perfeito juízo, votaria em Arnaut, Morais Sarmento e quejandos? Claro que não. Da Madeira também veio uma ameaça: Alberto João, que se sente muito mal tratado por Sócrates -o primeiro ministro não podia fazer tudo mal-, pondera avançar já este ano. Que venha, que a malta anda a precisar de um bocado de diversão. Voltando aos conspiradores, há um nome que vai ganhando peso na seita: Rui Rio. É aqui que percebemos, que quando o PSD fala em ataques à liberdade por parte do Governo, está só a fazer número. O autarca do Porto utiliza a página da Internet da Câmara Municipal, para responder a colunistas e perseguir jornalistas. Processou Augusto M. Seabra por este lhe ter chamado energúmeno. Imaginem o homem no governo. A elite do PSD não existe, conclusão fácil de tirar, mas, se procurarem bem, há uma senhora, que foi das poucas pessoas do partido que se demarcou de Santana Lopes, que daria uma excelente candidata a PM. Estou a falar de Manuela Ferreira Leite, claro.

Saturday, January 12, 2008

França 2

Fui dos que aplaudiu a vitória de Sarkozy. Esperava um homem que afrontasse a esclerose Francessa, com determinação. Gosto da França. Era a minha esperança. Afinal saiu-nos um Santana Lopes.

França

A Time publicou um artigo sobre a morte da cultura Francesa. A reacção foi avassaladora. Afinal, quem são os Americanos, esses incultos, para decretar a morte da nossa jóia da coroa? Paris, o salão do mundo, não gostou. Também achei o artigo um bocado ligeiro. Mas o que interessa para esta conversa é o diagnostico. No artigo também se escreveu que "a new infusion of energy from the margins is revivying French culture". Mas os Franceses não leram esta parte. A verdade é que os heróis Franceses, ou não estão entre nós, ou são gloriosas referências do passado. Não é que Godard esteja datado, bem pelo contrário. Ou, apesar da sua idade, Rohmer, esse cineasta extraordinário. Ou Rivette. Ou Resnais. Mas onde estão os seus sucessores? A Nouvelle Vague não nos deu só grande cinema; foram eles que iluminaram o Clássico Americano. "Isto é cinema". E nós acreditámos.
E a literatura? Qual é o único romancista que atravessa as fronteiras Francesas? Houellebecq. Gosto muito de Houellebecq, porque aprecio a revelação do lado deprimido da natureza humana, a dependência sexual; a vida triste do "funcionário". Mas Steiner já disse que estamos apenas perante um pornógrafo, sem qualidade. Didier Jacob, no Le Nouvel Observateur, escreveu que as obras-primas já não fazem sentido, nos dias que correm. Nem Proust, nem Shakeaspere. Mas os novelistas americanos, sempre à procura do "Grande Romance Americano" continuam a escrevê-las.
Olivier Poivre d'Arvor, director da Cultures-France, continua a defender o proteccionismo Francês; esquece que a protecção é o caminho mais rápido para a decadência.
Há ainda mais argumentos, contra a anunciada morte, talvez exagerada, decretada pela Time. Muitos deles razoáveis. Mas, parece-me, que se os Franceses continuam a ser grandes consumidores de "Cultura", já não são o farol da humanidade. E custa-lhes ler isso numa revista mainstream americana.

Sunday, January 06, 2008

2009

António Barreto escreveu hoje, no Público, que não sabe se Sócrates é fascista. O problema, por vezes, é a credibilidade da palavra. Fascista, devido aos excessos pós-25 de Abril é daquelas palavras que nos provoca sempre um sorriso, quando proferida pelo interlocutor de ocasião. António Barreto também explica isso no inicio da crónica. Eu também não sei se Sócrates é fascista; do que não tenho duvidas, é que daria um excelente primeiro-ministro, antes de 1974. É um homem sem convicções e estados de alma, e como disse Pacheco Pereira a semana passada no Expresso, é o homem da eficácia.
2009 poderia ser o ano de mudança. Parece evidente que Sócrates vai perder a maioria absoluta. Mas, olhamos para o lado, e não há nada (Luís Filipe Menezes). Tendo em conta a ditadura deste fim de década, talvez uma eleição com um resultado fragmentado, mesmo com uma abstenção elevada não seja mau de todo. É preferível um país ingovernável, do que governado por tão sinistra criatura.