Mensagem de Ano Novo

Let's make love and listen to death from above, Cansei de Ser Sexy.

Escolhas, 2006

The Counterlife, Philip Roth; Em Paris, Christophe Honoré; So this is goodbye, Junior Boys.

Desespero

É triste o desespero das pessoas apressadas. Não estou a falar do stress, que nos acomete esporadicamente durante o dia. Estou a falar daquelas que tem o olhar de ansiedade permanente -é o olhar que as distingue-. Parece que estão sempre à procura de serem salvas pelo primeiro interlocutor que lhes apareça, seja o homem do quiosque ou a menina do café.

Miles

Um dos melhores discos da história do Jazz, como se sabe. Bill Evans foi o detentor do segredo que permitiu que, aquele grupo de homens extraordinários, encontrasse o equilíbrio fundamental para criar uma obra de referência. Opinião confirmada aqui.

Saddam

Nem um ditador como Saddam Hussein justifica a existência da pena de morte.

Fotografar

"C'est mettre sur la même ligne de mire la tête, l'oeil et le coeur. C'est une façon de vivre"
Henri Cartier-Bresson

Le dejeuner sur l'herbe

R.I.P.

James Brown. 1933-2006.

Homens

Há uma cena, no Seinfeld, em que o George Costanza leva uma mulher, na qual estava interessado, até casa. Ainda no carro ela pergunta-lhe se ele quer subir para beber um café. Ele responde "não bebo café". O homem, a quem nunca aconteceu coisa semelhante, que atire a primeira pedra.

Decisões

Dormir sobre o assunto. Fumar um cigarro. Escolher o caminho mais dfícil.

The Economist

"Capitalism can make a society rich and keep it free. Don't ask to make you happy as well".

Feliz Natal

Waltz for Debby, Bill Evans.

You

O nerd que publicou entre 2000 a 3000 entradas na Wikipedia, o militar americano que relata a sua estadia no Iraque através do blog e a estrela extravagante do MySpace Tila Tequila, são alguns exemplos do excelente artigo da "Time" sobre os tempos, interessantes, em que vivemos.

Chá e Torradas

Há pessoas que se cruzam na nossa vida e que ficam para sempre. É um privilégio.

Sopranos

A relação entre a pintura e a fotografia é evidente. Mas, e com a televisão? Na ultima série dos Sopranos algumas cenas pareciam quadros da familia. Havia ali uma ausência de movimento propositada, como que a dizer observem-nos, reparem nos lugares que eles ocupam. A ultima cena da série, o jantar de Natal se não estou em erro, é exemplar. Não sei se foi só impressão minha, mas o enquadramento, a disposição das personagens -a composição-, pareciam invocar os grandes clássicos da pintura. Lembrei-me de Velázquez.

Fotografia do ano

É a fotografia do funeral do paraquedista Israelita Yiftach Shrayer. O autor, Shaul Schwarz da Getty Images. Parece um quadro da renascença. Podem vê-la no site da "Time". Uma obra-prima.

I'D Rather Dance With You

Também prefiro dançar.

Mulheres

Desde sempre achei que eram o verdadeiro "sexo forte". Agora sei que são apenas diferentes.

Cinema

Sou um péssimo blogger. Não sei linkar, depois do post com a fotografia parte do blog desapareceu para o r/c, e também não sei colocar pequenas imagens de livros, discos ou outras coisas. Toda esta conversa porque gostava de linkar o, excelente, texto do João Lopes no Sound + Vision "a cinefilia depois de Borat" e não consigo. Não sejam preguiçosos, vão lê-lo. Já agora, sobre o texto, um pequeno apontamento: os filmes do Truffaut, com o Antoine Doinel/Jean-Pierre Léaud, estão todos no meu coração.

Terreiro do Paço

Parece que foi aprovado um "projecto de requalificação ribeirinha do Terreiro do Paço". Ou melhor 2 de 3 projectos, ou 2 e 1/3 segundo a vereadora Maria José Nogueira Pinto. Às vezes acho que o melhor era deixarem o Terreiro do Paço sossegado, que era o que deviam ter feito quando planearam a expansão da linha azul. A expansão do metropolitano, com a consequente remoção do cais das colunas e o enorme estaleiro em que se transformou aquela zona por tempo indefinido, é um símbolo da ligeireza -tinha escrito incompetência- com que se tomam muitas decisões neste país. Devia ser um case-study de como não se deve planear uma rede de transportes numa cidade. Ou como as obras publicas, em Portugal, se sobrepõem sempre a questões mais importantes; neste caso a preservação de uma praça única com uma estrutura muito delicada. Até hoje, outro simbolo português, ninguém foi responsabilizado pelo que aconteceu.

Rússia

Mikhail Khodorkovski, Anna Politkovskaya, Alexander Litvinenko, são 3 exemplos de como o país de Putin não é um Estado de Direito. Estes são os casos que fazem as manchetes dos jornais internacionais, mas há mais. Os tiques opressivos estão disseminados por toda a sociedade. Activistas de ONG que são processados, funcionários das Nações Unidas que são impedidos de elaborar relatórios sobre as prisões da Chechénia e do Cáucaso, leis recentes que obrigam as ONG a efectuarem um re-registo junto do estado com um plano detalhado das suas actividades, defensores dos direitos humanos agredidos e presos. Existe o sentimento que as pessoas que questionam as políticas do governo estão sob constante observação. A este quadro negro há a acrescentar a indiferença Ocidental. É verdade que, em encontros internacionais, Putin ouve algumas queixas dos seus pares, mas é tudo inconsequente. A dependência energética da Europa obriga a compromissos, que definem a sua política em relação à Rússia. A realpolitik. Gostava de lembrar que, nas suas memórias, Gerhard Schröeder descreveu Putin como "um democrata sem falhas".

Calor

Neste momento escrevo, na minha sala pequena, com o aquecedor ligado. Estamos na minha altura do ano preferida. Céu azul e frio. Oxalá o calor não regresse tão cedo.

Inverno

Felicidade

São pequenos momentos, já sabemos. Esta noite, num restaurante japonês, assumiu a forma de um pedaço de atum embrulhado num guardanapo.

Esquecer

One Art

The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.

-Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.

Elizabeth Bishop

Iraque

Admito, com alguma tristeza, que fui um dos defensores da guerra no Iraque -na altura dizia intervenção americana-. Cheguei a enviar um e.mail a um amigo, em que dizia que queria uma colónia americana naquela região. Bem ao estilo "neocon".Também acreditei naquela patetice do efeito dominó. A meu favor, para não ficar completamente desacreditado aos olhos de quem vem aqui pela primeira vez, só tenho a dizer que nunca esperei que os americanos fossem recebidos com flores quando invadissem o país, e sempre achei um disparate a analogia com o Japão e a Alemanha. Mas claro, que nas discussões pré-invasão, também falei no Hitler e outros absurdos. Depois, durante uns tempos, condenei a natureza da invasão, "poucos homens", "incompentência do Rumsfeld", "a desbaasificação do exército", mas não a invasão propriamente dita. Até que, finalmente, percebi que esta guerra foi um erro irreparável.

Wolf Like Me

Tv On The Radio, do álbum "Return to Cookie Mountain". Um dos discos do ano. Cortesia do You Tube.

Originalidade

Vou escrever muito pouco. É muito difícil ser original. Há sempre alguém que já escreveu aquilo que queremos dizer. Dois exemplos recentes:
1 - A despenalização do aborto e o SNS;
2 - A lista dos "The 100 most influencial Americans of all time", da "The Atlantic Monthly".
Apesar de ser a favor da despenalização do aborto, acho que só deve ser praticado em clinicas criadas para o efeito. Não deve ser o SNS -sistema nacional de saúde- a providenciar o serviço -peço desculpa pela palavra-. Para as mais desfavorecidas poderá existir um crédito, junto das clinicas privadas, que será financiado pelo Estado, para que a exclusão social, neste assunto, não se perpetue. Posteriormente a clinica seria reembolsada pelo serviço prestado. Se houver vontade política e colaboração com os privados, não será necessária muita burocracia.

A lista da "The Atlantic" é decepcionante. Como escreveu VPV "a lista dos 100 mostra um país isolacionista, desinteressado do mundo e absorvido em si". Algumas ausências, para se perceber do que estamos a falar: John Coltrane, Miles Davis; Duke Ellington; Cole Porter; John Ford; Elia Kazan; Nicholas Ray; Mark Rothko; Edward Hopper; Philip Roth; E.E. Cummings.
Claro que esta, pequena, lista de ausentes reflecte um gosto muito pessoal. Mas, se se pode contestar a influência de Cummings -para mim, não se pode-, o que dizer de John Ford? E como se explica a ausência do maior escritor americano vivo? E será que na lista não haveria lugar para um dos grandes fotografos americanos -Ansel Adams ou Walker Evans, por ex.-?

Vasco Pulido Valente escreveu sobre estes assuntos no "Público", no espaço de uma semana. No caso da despenalização do aborto não falou de créditos para as clinicas privadas -com os quais não deve concordar-, mas escreveu sobre a ideia principal. Alguém, de certeza, já deve ter escrito, num sitio qualquer, sobre a possibilidade de o estado financiar as mulheres mais desfavorecidas, através das clinicas, para que possam ter acesso a serviços decentes numa questão tão delicada. Como já escrevi, nos tempos que correm, é muito difícil ser original.

Preferências

Este Blog gosta de:
Música;
Cinema;
Livros;
Jornais e
Fotografia.
Foi criado para trocar ideias com os amigos, que estão convidados a participar quando entenderem.